Após o ataque, a mulher e o marido decidiram fugir para outra cidade
Na noite de 4 de julho de 2021, a cristã Mama Agathe, de 61 anos, e o marido e diácono de 67 anos foram atacados em casa na República Centro-Africana. Três homens armados apareceram e agrediram o casal. Um dos homens tinha uma arma e os outros dois tinham facas e facões. “Eles a empurraram para dentro de casa. O que estava com a arma apontou para mim, e o outro com a faca estava me observando de perto enquanto o terceiro abusava sexualmente de minha esposa. No dia seguinte, eles voltaram. Aconteceu diante dos meus próprios olhos, não sei o que fizemos para merecer isso”, testemunha o marido.
As agressões se tornaram rotina e os cristãos fugiram: “Decidimos ir embora. Não levamos nada, para não chamar a atenção para o fato de que estávamos indo embora”, disse Mama Agathe. O casal tem dois filhos falecidos, um deles foi morto durante represálias por muçulmanos em 2019, e o outro por homens armados a caminho de Bangassou em 2020. Desde então, o casal permanecia na pequena cabana, trabalhando na agricultura para sobreviver.
No dia 12 de julho, sem dinheiro e apenas com as roupas do corpo, o casal decidiu fazer uma caminhada de 45 quilômetros até a cidade mais próxima, onde esperavam encontrar segurança. Então, em algum lugar ao longo do caminho, uma ambulância passou por eles e os levou para a cidade. A igreja local nessa nova cidade acolheu Mama Agathe e o marido e lhes deu alojamento, alguns alimentos, remédios e uma fazenda para cultivar.
“A violência sexual na República Centro-Africana é uma arma de guerra conhecida, frequentemente usada por rebeldes, muitas vezes incluindo muçulmanos radicais. Esses atos são cometidos contra cristãs, muitas vezes na presença dos maridos, pais ou outros membros da família com o único objetivo de traumatizá-los e subjugá-los”, explica um parceiro da Portas Abertas na África Ocidental.
Perseguição na RCA
A República Centro-Africana tem enfrentado conflitos e combates quase constantes desde 2013. Grande parte do país é ocupada por vários grupos de milícias armadas, que são responsáveis por uma série de abusos dos direitos humanos. Muitos desses grupos – sejam extremistas islâmicos ou não – visam especificamente os cristãos, de modo que a vida é constantemente incerta para os cristãos nas áreas sob controle de milícias.
Líderes cristãos que denunciaram publicamente a violência foram ameaçados; edifícios de igrejas foram queimados e saqueados. O conflito resultou no deslocamento de milhares de cristãos que perderam as casas e meios de subsistência, agora forçados a viver em campos de deslocados.
Além da insegurança e da violência que todos os cristãos enfrentam, os convertidos do islamismo ao cristianismo também enfrentam perseguição por parte de familiares próximos. A comunidade local frequentemente rejeita os cristãos ex-muçulmanos e também pode tentar forçá-los a renunciar ao cristianismo por meio da violência.
Como as mulheres cristãs são perseguidas
Na República Centro-Africana, as mulheres e meninas cristãs estão particularmente sujeitas a abuso sexual, deslocamento, rapto e casamento forçado, como formas de perseguição religiosa. Às vezes, os pais são induzidos a dar as filhas cristãs em casamento em troca de presentes significativos. Em outros casos, garotas cristãs que pensavam que estariam livres para praticar a fé depois de se casarem com um homem muçulmano descobrem que, em vez disso, são forçadas a se converter.
Estudantes, especialmente as mulheres, enfrentam o risco de sequestro e violência sexual durante o trajeto de ida e volta para a escola – um crime que desencoraja os pais que vivem em áreas de alto risco de mandar as filhas à escola. As meninas que são abusadas e engravidam têm probabilidade de abandonar a escola.
Além disso, as táticas empregadas para islamizar a população agora estão assumindo formas mais sutis do que nos anos anteriores. Em algumas áreas do país, sob o pretexto de lutar contra a promiscuidade ou obter o registro de nascimento, as cristãs não têm escolha a não ser se casar por um imã ou ter o registro do nascimento de uma criança negado.
O que a Portas Abertas faz para ajudar os cristãos na República Centro-Africana?
A Portas Abertas está envolvida com a igreja na África Central há vários anos. A partir de 2013, nossos programas foram direcionados ao apoio à igreja em crise após um golpe por um grupo de maioria islâmica. Temos trabalhado não apenas para destacar a situação difícil da igreja no país, mas também para ajudar a igreja a fornecer alívio emocional e físico aos cristãos que são alvo de violência. Apoiamos a igreja na República Centro-Africana por meio de treinamento, assistência emergencial e médica, suporte financeiro, reconstrução de igrejas e ajuda em empreendimentos comerciais.
Você pode ajudar
Conhecendo, orando e apoiando os projetos da Portas Abertas, você ajuda irmãos e irmãs como a Mama Agathe e seu esposo. Saiba mais e seja #umcomeles
Pedidos de oração
- Apresente em oração a vida de Mama Agathe e do marido dela na República Centro-Africana. Peça pela recuperação física, psicológica e emocional do casal.
- Ore para que o Senhor alcance outras pessoas por meio do testemunho do casal cristão.
- Interceda pela vida dos agressores radicais, para que o amor de Cristo mude a vida deles por inteiro e passem a seguir a Jesus.
Fonte: Portas Abertas