O pastor e cantor Douglas Borges causou repercussão recentemente ao declarar que, às vésperas da eleição presidencial, teria feito uma “campanha de 21 dias” de oração pedindo pela morte do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva.
A confissão foi feita durante sua participação no “Eu Acredito Podcast”, e logo viralizou nas redes sociais e nos portais de notícia.
Segundo seu depoimento, ele orava intensamente durante madrugadas, motivado por sentimentos de “raiva” e “carnalidade”, desejando que o resultado eleitoral fosse influenciado por suas petições espirituais.
No entanto, no vigésimo dia da campanha, ele relata uma cena transformadora: Ele afirma que o Espírito Santo o tocou e o constrangeu em amor, dizendo-lhe que aquela pessoa era uma alma, ainda passível de redenção, e que merecia misericórdia.
“O Espírito Santo falou para mim: ‘Eu não olho ele como você vê. Ele pra mim ainda é uma alma, é um filho. E, se arrepender, eu tenho um novo começo pra ele.’”
Esse momento foi decisivo para que Douglas Borges reconhecesse que o que vinha fazendo estava equivocado. Segundo ele, Deus o convenceu de que amor, misericórdia e compaixão devem prevalecer sobre ideologias, rancores ou paixões partidárias.
Em muitos veículos de comunicação, a fala do pastor foi muito criticada pela gravidade de desejar a morte de um adversário político. Porém, o episódio do 20º dia, quando ele se alegou tocado pelo Senhor e repensou sua postura, traz uma narrativa de autoconfronto e transformação que merece também ser considerada.
RECONHECER OS ERROS: UMA ATITUDE QUE TRANSCENDE POSIÇÕES
A história de Douglas Borges serve como alerta à todos, independentemente de nossa posição social, política ou religiosa, somos suscetíveis a falhas, preconceitos e excessos.
O que define a autenticidade espiritual não é jamais errar, mas ter coragem de admitir, reconhecer e mudar quando necessário.
LIÇÕES QUE EMERGEM DESSE EPISÓDIO:
- Ninguém está acima da verdade
- Mesmo pastores, líderes ou pessoas influentes devem estar abertas à correção. O orgulho cega e impede que a pessoa veja os danos causados.
- A política não pode se portar como arena para ódio espiritual
- Quando o discurso religioso é usado para justificar violência ou desejar mal ao outro, ultrapassa os limites da ética cristã.
- Amar com o coração de Cristo
- Jesus ensinou que devemos amar até nossos inimigos (Mateus 5:44). O gesto de contrição de Douglas indica que a verdadeira fé exige compaixão, empatia e respeito pela vida de cada indivíduo, mesmo aqueles com quem discordamos.
- Transformação possível
- O relato de mudança mostra que até em meio ao equívoco existe oportunidade de restauração, quando há arrependimento genuíno.
REFLEXÃO FINAL
O episódio envolvendo Douglas Borges é trágico e controverso, mas também pode ser um momento de reflexão coletiva. Que tenhamos a sabedoria de distinguir o que é divino do que é humano, e a humildade para admitir que erraremos, mas que possamos, à luz de Deus, recalibrar o coração.