Shekar*, hindu de nascença, se converteu ao cristianismo após alguém lhe dar uma Bíblia. Ele a levou para casa e se deslumbrou com a mensagem simples de João 3.16. “Eu fiquei pensando sobre esse versículo. Quando li o livro inteiro, descobri que Jesus veio ao mundo por causa de nossos pecados. Isso me fez perceber que sou pecador e preciso de Jesus para ser salvo. Naquele momento, orei arrependido e aceitei a Cristo como meu salvador.”
Esse poderia ser o testemunho de alguém que você conhece e teve o privilégio de encontrar a Cristo. Mas não é o caso. O simples fato de Shekar ter acesso a uma Bíblia e se converter afetou de forma profunda o cristão e sua família. O motivo? O país onde vivem. Shekar é indiano.
Apesar da constituição indiana assegurar o direito a professar praticar e propagar livremente a religião, na prática, essa não é uma realidade para os cristãos que vivem no país. Não apenas na Índia, mas em outros países do Sul e Sudeste Asiático, o próprio Estado é um agende de perseguição aos cristãos. Nesse caso, até as leis são usadas para prejudicar seguidores de Jesus. Oficiais do governo são hostis aos cristãos, o que resulta em prisões, perseguição, intimidação e demolição de igrejas. Líderes e grupos étnicos também pressionam convertidos que abandonam a religião e rituais dos antepassados, já que isso é considerado um insulto ao grupo. Para eles, nascer indiano é nascer hindu. O país ocupa o 10º lugar na Lista Mundial da Perseguição 2022, que classifica os 50 países onde os cristãos são mais perseguidos.
Após servir a Deus por tanto tempo, Shekar se familiarizou com a perseguição no país. “Por ser líder de igreja, sou culpado pelas conversões e acusado de enganar pessoas usando dinheiro para se converterem. Nós enfrentamos muitos desafios”, explica. Apesar disso, ele e sua família experimentaram a perseguição de forma ainda pior e mais violenta.
O tempo da perseguição chegou
Shekar estava reunido com cristãos para orar quando policiais chegaram e começaram a fazer ameaças. “Foi quando eu percebi que o tempo de perseguição tinha chegado”, conta o pastor. Apesar do medo, Shekar não fugiu. Os policiais apreenderam Bíblias e livros e, em meio a ameaças, os levaram para a delegacia. Lá, os cristãos descobriram que a verdadeira perseguição ainda não tinha começado. Os cristãos foram assediados, agredidos e torturados.
Durante o interrogatório, perguntaram a Shekar se ele pagava hindus para se converterem ao cristianismo. Ao negar, foi muito agredido. A violência foi tanta que o tímpano dele estourou. Apesar disso, Shekar afirma que se sentiu perto de Jesus. “Eu fiquei com medo ao ser torturado, mas lembrei das promessas de Deus.” Os oficiais queriam assustar Shekar para fazê-lo sair do vilarejo com a família.
Mesmo em casos em que é possível ver de forma clara a fidelidade de Deus, ser preso e torturado pode ter um impacto profundo não apenas em quem é preso, mas também na família que continua livre. Foi assim com Shekar. “Decidi sair do vilarejo para manter minha família em segurança e continuar o ministério”, explica. Embora tenham deixado o perigo imediato, a tristeza permanece. “Foi o maior desgosto da minha vida deixar a igreja e os membros para trás. Saí de lá chorando e lamentando”, completa. O ataque também devastou a família financeiramente. A conta médica após as agressões foi substancial, o que afetou recursos destinados a mantimentos e aluguel.
O pastor Shekar e a família também receberam ajuda para permanecer na jornada com Jesus na Índia. Apesar de não serem aceitos pelos vizinhos, sabem que pertencem a uma comunidade maior, a família da fé, e por isso o pastor é grato. “Vocês oraram por nós e nos ajudaram. Sou grato do fundo do meu coração”, conclui.
No vídeo O tempo de perseguição chegou, o pastor Shekar conta mais sobre a perseguição a cristãos na Índia e sua perseverança apesar de toda dor e perseguição.
Você pode fazer parte dessa família de apoio
O simples fato de ser cristão é motivo suficiente para alguém ser preso ou atacado na Índia. Dessa forma, seguidores de Jesus precisam de apoio em situações como essas. Acesse o link e saiba como garantir ajuda imediata, como alimento e cuidado médico, a cristãos atacados ou presos e suas famílias assim que os incidentes acontecem.
Fonte: Portas Abertas