O baterista Guto Goffi, um dos fundadores da banda Barão Vermelho, revelou várias histórias sobre o entorno da carreira do grupo em entrevista ao podcast Papo com Clê, do canal Corredor 5. Uma das revelações que o músico fez foi que por pouco o segundo álbum foi produzido instrumentalmente pelo Roupa Nova, possibilidade que nada agradou os integrantes.
No bate-papo com o produtor musical Clemente Magalhães, Goffi comentou que foi pedido pela gravadora que o segundo disco tivesse mais dentro do que o mercado pedia na época. “O primeiro disco é tão irregular, tão impreciso e ‘entre aspas’, mal-acabado, que o produtor da Som Livre comentou que achava que o Barão deveria gravar um disco mais dentro do formato profissional como era feito”, coloca.
“Roupa Nova gravava todo mundo”
Guto Goffi afirma que para o segundo álbum do Barão Vermelho, foi pedido que houvesse mais “ordem musical” nas gravações. “Insinuaram que aquele nosso não era muito bem-acabado e não era apropriado para o que era feito tecnicamente dentro do mercado. Chegaram a cogitar botar o Roupa Nova para gravar o disco. O Roupa Nova gravava o disco de todo mundo”, diz o músico.
Por mais que Goffi tenha apreço e respeito pela banda oitentista, ele não concordou com a ideia. “A gente ficou muito chateado. Estávamos estudando música ensaiando todos os dias. Colocar o Roupa Nova? A gente adora Roupa Nova, mas como assim? Não! E fomos para o estúdio gravar com o Andy Mills, que era um técnico inglês, que tinha participado do disco Fruto Proibido da Rita Lee”, esclarece.
Barão “infantilóide” no filme do Cazuza
Ainda de acordo com Guto Goffi, o Barão Vermelho não foi tão bem representado no filme “Cazuza – O Tempo Não Pára”. O baterista comentou que a realidade da banda era outra. Apesar da curtição, havia muito empenho na hora dos ensaios. “Estava todo mundo feliz, se abraçando o tempo todo. Baixo Leblon toda noite, praia todo dia, ensaio de tarde. Isso durante anos, tanto que o Barão é uma banda que evolui muito rápido, porque a gente ensaiava todo dia”, pondera.
“Eu percebi isso no filme do Cazuza. Quando eu vi o filme pela primeira vez, que o Barão é tratado de uma forma bem infantilóide. No filme, parece uma banda de playground, tocando a música do Deep Purple e eu senti que botaram a gente muito amadores. E não era isso porque, o Barão ensaiava todo dia. A gente começou a pegar uma força de banda e de palco também, começamos a passar o rodo em muito artista que já estava aí antes”, ressalta.