Esta semana, o cristão Zaman Saheb Fadaei foi liberto da prisão de Evin. Ele foi um entre dez presos que receberam perdão do líder supremo do Irã, Khamenei, em honra do 44o aniversário da Revolução Islâmica de 1979, celebrada na quarta-feira, dia 08 de fevereiro.
Saheb foi detido em maio de 2016 com o pastor Yousef Nadarkhani e outros três cristãos, incluindo Tina, a esposa do pastor Nadarkhani. Em junho de 2017, Saheb foi condenado a dez anos de prisão por “agir contra a segurança nacional e propagar o cristianismo zionista e fundar igrejas domésticas” e começou a cumprir a pena na prisão de Evin, em Teerã, em 2018.
Defesa da liberdade de culto
Antes do perdão definitivo, Saheb teve oportunidades de receber liberdade condicional, mas o custo para isso era reconhecer que o trabalho das igrejas domésticas era um crime. O cristão não cedeu e a espera foi recompensada com a liberdade definitiva sem que ele abrisse mão de suas convicções e do direito de culto dos cristãos.
A agência de notícias estatal do Irã anunciou que “dez prisioneiros foram escolhidos entre milhares para receber o perdão do governo”. Todos os anos durante a celebração da Revolução Islâmica, o governo anuncia o perdão a grupos de condenados. No discurso, as autoridades destacaram que muitos dos presos estavam envolvidos com a onda de protestos que tomou o país desde setembro de 2022.
Segundo o portal de notícias Middle East Concern, há esperança de que outros cristãos que estão cumprindo sentenças há anos sejam incluídos entre os perdoados nos próximos dias. Em menos de cinco meses, quatro cristãos foram libertos no Irã, Anahita, Fariba, o pastor Nasser e, agora, Saheb. Do grupo de cristãos presos com o pastor Yousef Nadarkhani, o pastor é o único que permanece preso.
A perseguição a cristãos no Irã
O país ocupa a 8ª posição na Lista Mundial da Perseguição 2023, que classifica os 50 países onde os cristãos são mais perseguidos.
O Irã é governado por um regime islâmico cada vez mais rígido, que vê a existência de igrejas domésticas no país como uma tentativa dos países ocidentais de minar o islamismo e sua autoridade.
Quando pessoas de origem muçulmana se tornam cristãs, elas só podem se reunir em igrejas domésticas secretas. Elas correm grande risco de serem monitoradas, assediadas, presas e condenadas por “crimes contra a segurança nacional” — uma acusação que é mal definida, e pode ser usada de forma abusiva. Membros e líderes de igrejas domésticas receberam longas sentenças de prisão envolvendo abuso mental e físico.
Cristãos iranianos podem ser banidos da educação, perder seus empregos e ter dificuldade para voltar ao trabalho. Para mulheres, a situação é ainda mais precária porque a lei iraniana concede poucos direitos elas. Por crerem em Jesus, elas provavelmente serão punidas de forma violenta ou divorciadas dos maridos e terão os filhos tomados delas se a fé for descoberta.
Os cristãos assírios e armênios têm uma presença antiga no Irã; eles são protegidos pelo Estado, mas tratados como cidadãos de segunda classe. Eles não têm permissão para deixar cristãos de origem muçulmana participarem dos cultos, nem permitir que cultuem em persa, a língua nacional.
Não é surpresa que muitos cristãos iranianos se sentem forçados a deixar o Irã e começar uma nova vida em outro lugar.
O que a Portas Abertas faz para ajudar os cristãos no Irã?
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Pedidos de oração
Louve a Deus pela liberdade de Saheb e pelo reencontro do cristão com a família.
Peça ao Senhor para que Saheb encontre um trabalho em breve. Ele trabalhava como pintor e decorador antes de ser preso.
Interceda pelos cristãos que continuam presos no Irã para que encontrem forças no Senhor e sejam livres em breve.
Por: Portas Abertas