Ataques em série deixam cristãos mortos no Egito

Cristãos egípcios ficaram abalados por uma série de incidentes envolvendo esfaqueamentos que mataram ao menos três homens nos últimos meses. Em 8 de junho, Cyril Megali, cristão de uma vila em Sohag, no Alto Egito, morreu no hospital por causa das feridas causadas em um dos ataques.

Megali trabalhava no Kuwait e estava visitando a família no Egito quando Abdullah Hosni o empurrou da motocicleta e o atacou com um facão. Megali foi levado ao hospital com feridas graves e não resistiu. Hosni admitiu o assassinato e foi preso. No entanto, Hosni alegou ter uma doença mental e que a família tinha um atestado médico para confirmar isso.

O Ministro do Interior contou ao portal de notícias “Coptic Solidarity” que não entende como Hosni poderia ter uma doença mental grave se trabalhava em um cargo de grande responsabilidade na Líbia. Sobretudo porque essa doença só foi citada depois do assassinato.

Ataques em série

Não foi a primeira vez que Hosni atacou cristãos. Dois anos atrás, depois de atacar um cristão, ele foi sentenciado a um ano de prisão, mas foi liberado depois de uma “audiência de reconciliação”.

Em maio, o cristão Rani Ra’fat foi morto na entrada do trabalho. Faisal Absul Nasser postou um vídeo no Tik Tok falando sobre esse assassinato: “Estou contente por tê-lo matado em nome de Alá”. Tawfig é outro extremista acusado de esfaquear líderes cristãos enquanto eles andavam na orla da praia, em Alexandria.

No Egito, incidentes envolvendo violência sectária são encaminhados para “audiências de reconciliação” pelas autoridades locais. No entanto, essas sessões geralmente deixam as minorias cristãs desamparadas enquanto beneficiam extremistas islâmicos que continuam livres.

Perseguição a cristãos no Egito

O país é o 20º na Lista Mundial da Perseguição 2022, que classifica os 50 países que mais perseguem cristãos no mundo.

A perseguição aos cristãos no Egito acontece principalmente no nível da comunidade. Os incidentes podem variar desde mulheres cristãs sendo assediadas enquanto caminham na rua até comunidades cristãs expulsas de casa por multidões extremistas. Tais eventos acontecem tipicamente no Alto Egito, onde os movimentos islâmicos salafistas ultraconservadores são ativos nas comunidades rurais.

Os cristãos geralmente são tratados como cidadãos de segunda classe. Embora o governo do Egito fale positivamente sobre a comunidade cristã do país, a falta de aplicação da lei de modo sério e a relutância das autoridades locais em proteger os cristãos os deixam vulneráveis a todos os tipos de ataques. A natureza ditatorial do regime significa que cristãos não estão em posição de se pronunciar contra essas práticas.

Igrejas e grupos cristãos encontram muitas dificuldades quando tentam construir novos prédios. Os impedimentos vêm tanto de restrições estatais quanto de hostilidade comum e violência de rua.

Os cristãos ex-muçulmanos enfrentam uma enorme pressão das famílias para voltarem ao islamismo. O Estado também torna impossível para eles obter qualquer reconhecimento oficial da conversão.

O que a Portas Abertas faz para ajudar os cristãos no Egito?

A Portas Abertas trabalha por meio de parceiros locais no Egito para apoiar a igreja com alfabetização, educação, advocacy, cuidado médico e ministério de mulheres, famílias e jovens.

Acesse o link para conhecer e participar de projetos que apoiam os cristãos perseguidos em todo o mundo.

Fonte: Portas Abertas